A matéria (disponível em várias partes aqui, aqui e aqui) traz alguns estudos de caso interessante.
O primeiro, é o caso dos livros O Símbolo Perdido (The Lost Simbol), de Dan Brown, e O Símbolo Secreto (La Escala Masónica) do espanhol Patrick Erickson. A mudança do nome do livro espanhol, publicado no Brasil pela Geração Editorial, foi feita para se confundir com o do best-seller de Brown. A justificativa do editor é, no mínimo, equivocada: "Como fizeram no Brasil uma capa para O Símbolo Perdido igual à do Erickson no exterior, demos o troco e mudamos o título do nosso.
O que é curioso, se analisarmos as capas originais dos dois livros:


A matéria traz outros dois "estudos de caso" bem interessantes. O primeiro, é o relançamento de O Morro dos ventos uivantes com um design de capa que remete diretamente, pra não dizer que se confunde, com o dos livros de Stephanie Meyer. O livro tem relação com a série Crepúsculo (ao que parece, é o livro favorito de Bella e Edward, fato apontado já na capa por uma etiqueta). Como aponta a matéria, o livro não concorre diretamente com a série original e se oferece como um complemento de leitura. Não é uma idéia nova, na realidade. Tática semelhante teve a editora americana Harper Collins, ao relançar Romeu e Julieta, de Shakespeare, Orgulho e Preconceito, de Jane Austen, e o próprio Morro dos Ventos Uivantes, em capas "crepusculizadas".

A matéria chama a atenção também para outros casos, como as semelhanças da capa do livro Lula do Brasil (também da Geração Editorial) com a de Lula, o filho do Brasil (que deu origem ao filme), e do livro O Mistério 2012 (Geração Editorial, claro) com do filme 2012. Os casos de capas de livros menos conhecidos "inspiradas" nas de livros mais famosos parece geralmente se dar com obras relacionadas, ainda que indiretamente, como no caso de 2012, à filmes.
Mas o melhor da matéria ficou para o final, ao traçar um sutil paralelo entre essa hábito da Geração Editorial com a prática meio parasitária da infame produtora de filmes The Asylum - o que me pareceu uma bela alfinetada.
3 comentários:
Muito interessante esse post, Samir.
Acompanho o blog desde o começo e tbm via twitter.
Fiquei impressionado com a atitude da Geração Editorial e como eles não se importam em ter o filme queimado.
Essa situação toda é mais triste do que revoltante. Principalmente pelo designer que se submete a fazer o trabalho.
Você sabe se no Símbolo Secreto, o designer aparece nos créditos?
Um abraço
Oi Daniel,
Não sei se o designer é creditado, mas imagino que seja.
Eu não chegaria a ponto de dizer que a editora se "queima" com uma postura assim. Certamente, é um modo efetivo de capitalizar em cima de sucessos maiores. O triste é que, fazendo isso, não só a editora se coloca numa posição secundária como editora, são os livros que saem perdendo, ao sairem já posicionados como versão "sub" de um livro mais conhecido.
Tem que se levar em conta outro fator: vai que o livro não é lá essas coisas, e essa seria a única forma de vender ele - pegando um naco do público ansioso por mais-do-mesmo?
Você tem razão. O livro já nasce sendo uma segunda opção.
Mas imagino a frustrução do designer sendo obrigado a fazer uma coisa dessas.
Não li nenhum dos 2 livros (e, pra ser sincero, nem pretendo rsrs), pois estão bem distantes das minhas preferências literárias, mas arrisco dizer que ambos não são lá essas coisas.
um abraço e parabéns pelo blog!
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