terça-feira, 3 de novembro de 2009

Desacordo Ortográfico

Design de Fernando Schlickmann



Desacordo Ortográfico
Autor: Reginaldo Pujol Filho (organizador)
Designer: Fernando Schlickmann e Fabrício Pretto (3D)
Editora: Não Editora
Acabamento: capa dura com prolan fosco

O próximo lançamento da Não Editora, que será lançado dia 13 de novembro, é uma coletânea de autores de diversos países lusófonos, incluindo autores de todo o Brasil (Luis Fernando Veríssimo, Cardoso, Altair Martins, Marcelino Freire, Xico Sá, Maria Valéria Resende, Manoel de Barros e o próprio Reginaldo Pujol Filho) e também Portugal (Patrícia Reis, Luís Filipe Cristóvão, Patrícia Portela, Rita Taborda Duarte, João Pedro Messeder, Gonçalo Tavares), Angola (Luandino Vieira, Pepetela, Ondjaki), São Tomé e Príncipe (Olinda Beja), Moçambique (Rogério Manjate, Nelson Saúte). O projeto do livro vem sendo descrito num blog de making-of, onde os autores lêem trechos uns dos outros. Abaixo, uma rápida entrevista com o capista Fernando Schlickman, diretor de arte na agência Escala.

Como foi o processo criativo para essa capa? Houve algum direcionamento específico? Quais as limitações ou desafios do trabalho?
Como o Reginaldo é meu grande parceiro aqui na Escala (agência de propaganda onde trabalho), eu já vinha acompanhando o projeto do livro fazia um tempo. Um livro que mostra a riqueza da língua portuguesa em suas diferenças. Então, quando ele me convidou pra fazer a capa, já tinha na cabeça o conceito do trabalho, sabia que a capa deveria passar pluralidade, diversidade. O briefing era bem claro pra mim. Mas como sou um "estreante" em capas de livros (essa foi a primeira que fiz), o Reginaldo ainda me trouxe algumas referências, do que ele imaginava que podia passar o sentido que desejávamos. Daí foi mãos-à-obra mesmo. Bastante trabalho até chegar na fonteescolhida, testando linguagens e criando em conjunto com o Reginaldo mesmo, com o Fabrício Pretto (que também é nosso colega de Escala e mestre em 3D) e trocando algumas informações com pessoal da editora. A capa do livro acabou sendo uma evolução de umas das primeiras opções que criamos, só que com mais impacto, mais beleza. E pra mim a grande limitação e desafio ao mesmo tempo era a produção dela. Aqui na agência, a gente cria a peça e um fornecedor produz ela, com nosso acompanhamento. Já no caso da capa do Desacordo Ortográfico, a produção seria tudo com a gente mesmo. Isso dificultou, mas como o Pretto tá mandando muito bem no 3D, acho que o resultado acabou chegando no que a gente queria.


Quais os softwares que utilizaste pra criar a capa, o que motivou a escolha de múltiplas fontes, e porquê escolheu aquelas fontes?
Os softwares que utilizamos foram o Illustrator, o 3DMax e o Photoshop.
Quanto à escolha de várias fontes pra capa, isso foi pra passar a diversidade que o projeto do livro traz. Cada autor tem o seu jeito de escrever português. Um escreve em português de Portugal, outro de Ângola, outro do Brasil. Achamos que cada nome deveria ter então uma fonte, um jeito. Isso podia ser um "resumo visual" do livro. Buscamos então fontes que compusessem bem a capa, mas tomando o cuidado de não colocar uma fonte que identificasse um país fora do projeto, como, por exemplo, fontes alemãs, russas, árabes.

O que você acreidta que faz essa capa funcionar, ser o diferencial dela?
Na minha opinião é uma capa que tem impacto. Esse é o grande diferencial dela. Sai um pouco do que estamos acostumados a ver nas livrarias. E não é um impacto gratuíto, ela consegue ser visualmente interessante e ainda contar sobre o livro. Acho que isso seja um pouco de influência da propaganda.

Fernando Schlickmann tem 29 anos. Nasceu em Campo Bom e atualmente mora em Porto Alegre. Trabalha como diretor de arte na Escala desde 2000. É estreiante em capas de livro. Para falar com ele, manda um e-mail: f_schlickmann@hotmail.com.

4 comentários:

tiagón disse...

achei essa capa MUITO FODONA. Não Editora: sorteiem pôsteres! :D

thiago disse...

Quantos erros! Vamos lá.

Luandino Vieira é angolano, não português (apesar de hoje morar na terrinha). Não existe uma nação chamada 'Luanda'. Ela é só a maior cidade e capital de Angola.

Logo, tanto o Luandino quanto Ondjaki, assim como o Pepetela, são de Angola.

Gonçalo Tavares (se for o que tem um M. no meio do nome) nasceu em Angola, mas é um escritor português.

Acho que é isso.

PS: A capa é bem bonita, mesmo.

Samir Machado disse...

Oi Thiago,

Com certeza. Prêmio Carla Perez de geografia pra mim. Praticamente ganhei cidadania de norte-americano depois de tantos erros geográficos (isso é o que dá ir copiando o local de nascimento de cada autor na pressa, sem verificar direito). Já corrigi os erros apontados, valeu pelo toque.

José Alexandre disse...

A capa realmente tá dando "água na boca". Dá vontade de comprar livro só de olhar, não desmerecenco autor nenhum e seu conteúdo, mas um "visu" caprichado ajuda. Parabéns!

P.S.: Concordo com a ideia de sortear uns postêres dessa capa.

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