Fábulas de Esopo
Autor: Esopo
Designer: Flavia Castanheira
Ilustrações: Eduardo Berliner
Editora: Cosac Naify
Acabamento: capa em camurça com serigrafia, miolo em duas cores.
Dentro da linha de clássicos da literatura mundial que foram publicados pela extinta editora Cosac Naify, uma que se destaca era a edição com as 383 fábulas atribuidas a Esopo, traduzidas diretamente do grego por Maria Celeste C. Dezzotti. A editora convidou o artista Eduardo Berliner – destaque na 30ª Bienal de São Paulo – para também renovar a interpretação pictórica das fábulas, dispostas nesta edição em ordem alfabética. Ao incorporar a ideia de que os textos trazem animais metaforizando homens, Berliner misturou partes dos corpos de animais e de humanos, em situações que fossem tão irônicas e perturbadoras quanto as narradas no texto.
Em nanquim preto, as ilustrações dividem espaço com as fábulas impressas em vermelho, dispostas cada uma em uma página, como se a proposta fosse oferecer ao leitor um texto por dia. Esse conceito é reforçado pelo tamanho do livro, de proporções pequenas e confortáveis para a leitura. Abaixo, uma entrevista com a designer Flávia Castanheira, (já anteriormente entrevistada nesse blog sobre a edição de Bambi, uma das últimas lançadas pela Cosac).
Como foi o processo criativo para o livro? O que veio antes, a escolha do formato ou as ilustrações?
Acho que começamos escolhendo o artista que ia ilustrar o livro, o Eduardo Berliner. Já pensávamos em resolver as ilustrações com uma cor só, pois o livro era muito extenso e seria inviável produzí-lo com 4 cores. Então procuramos um artista que trabalhasse bem com desenho, com nanquim... Já havia visto alguns cadernos de esboço do Berliner e achei que seria uma ótima opção.
O livro Esopo – fábulas completas já ganhou os seguintes prêmios:
2015 Destaque – 11ª Bienal Brasileira de Design Gráfico da ADG
2014 Melhor Projeto Gráfico – Prêmio Aloísio Magalhães – Biblioteca Nacional
2014 2º lugar categoria Projeto Gráfico – Prêmio Jabuti – CBL
2014 Menção Honrosa categoria Ficção – I Prêmio Latinoamericano de Desenho Editorial
Como foi o processo criativo para o livro? O que veio antes, a escolha do formato ou as ilustrações?
Acho que começamos escolhendo o artista que ia ilustrar o livro, o Eduardo Berliner. Já pensávamos em resolver as ilustrações com uma cor só, pois o livro era muito extenso e seria inviável produzí-lo com 4 cores. Então procuramos um artista que trabalhasse bem com desenho, com nanquim... Já havia visto alguns cadernos de esboço do Berliner e achei que seria uma ótima opção.
O formato também foi uma coisa que defini logo no início, em função do tamanho da maioria dos textos, bem curtinhos. A ideia é que coubesse uma fábula por página (são poucas as que não cabem), que funcionasse como um livro que a pessoa pudesse ler em qualquer ordem, abrir aleatoriamente e ler uma fábula de cada vez. Um livro pequeno, fácil de carregar, de levar junto.
Como surgiu a ideia de separar, visualmente, a "moral da história" de cada fábula?
Essa na verdade foi uma exigência inicial da tradutora e da editora, porque historicamente as fábulas eram instrumentos de argumentação em discussões, e não tinham essa "moral" associada da maneira que costumamos ver. Elas queriam que a leitura da fábula e da "moral" pudesse acontecer em dois momentos, mas também que não fosse uma coisa difícil de consultar, como seria se simplesmente puséssemos todas as "morais" no final do livro.
Então pensei na solução de colocá-las menores, no rodapé, em outra orientação que a do texto principal. Assim, a leitura não seria imediata mas estaria ali, à mão.
Houve dificuldades técnicas que precisaram ser contornadas, em termos de design e produção gráfica?
Em termos do design não, foi um livro muito prazeroso de fazer. O processo de trabalho com o Berliner foi ótimo, era delicioso receber as remessas dos desenhos incríveis que ele ia produzindo.
Em termos de produção, tivemos algumas dificuldades com a impressão na camurça. Experimentamos hotstamping (não dava certo e descascava loucamente) e serigrafia, e me lembro que nos primeiros testes a tinta branca usada na serigrafia era muito transparente e o resultado era um rosa "danone". Fizemos mais testes com outra tinta e com duas passadas de branco, até chegarmos no resultado final.
Flávia Castanheira nasceu em Belo Horizonte, em 1974. Em São Paulo desde 2000, vem se dedicando ao design gráfico editorial. Trabalhou como assistente no estúdio do arquiteto e designer Rafic Farah, e nas revistas Bravo! e Caros Amigos. Como freelancer, fez capas e projetos de livros e revistas para vários clientes, como Companhia das Letras, Senac-SP, Zahar, Bei, Instituto Moreira Salles, Edusp, Conrad, entre outros. Trabalhou na Cosac Naify em 2006 e 2007, e novamente entre 2012 e 2015, onde foi responsável por capas e projetos gráficos de vários livros, e coordenação dos projetos gráficos dos livros infanto-juvenis da editora.Essa na verdade foi uma exigência inicial da tradutora e da editora, porque historicamente as fábulas eram instrumentos de argumentação em discussões, e não tinham essa "moral" associada da maneira que costumamos ver. Elas queriam que a leitura da fábula e da "moral" pudesse acontecer em dois momentos, mas também que não fosse uma coisa difícil de consultar, como seria se simplesmente puséssemos todas as "morais" no final do livro.
Então pensei na solução de colocá-las menores, no rodapé, em outra orientação que a do texto principal. Assim, a leitura não seria imediata mas estaria ali, à mão.
Houve dificuldades técnicas que precisaram ser contornadas, em termos de design e produção gráfica?
Em termos do design não, foi um livro muito prazeroso de fazer. O processo de trabalho com o Berliner foi ótimo, era delicioso receber as remessas dos desenhos incríveis que ele ia produzindo.
Em termos de produção, tivemos algumas dificuldades com a impressão na camurça. Experimentamos hotstamping (não dava certo e descascava loucamente) e serigrafia, e me lembro que nos primeiros testes a tinta branca usada na serigrafia era muito transparente e o resultado era um rosa "danone". Fizemos mais testes com outra tinta e com duas passadas de branco, até chegarmos no resultado final.
O livro Esopo – fábulas completas já ganhou os seguintes prêmios:
2015 Destaque – 11ª Bienal Brasileira de Design Gráfico da ADG
2014 Melhor Projeto Gráfico – Prêmio Aloísio Magalhães – Biblioteca Nacional
2014 2º lugar categoria Projeto Gráfico – Prêmio Jabuti – CBL
2014 Menção Honrosa categoria Ficção – I Prêmio Latinoamericano de Desenho Editorial
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