Design por Daniel Justi
Autor: Felipe Sali
Projeto Gráfico: Daniel Justi
Ilustrações: Camila Barreira
Editora: Lote 42
Escrito por Felipe Sali, Mais leve que o ar é um romance de fantasia publicado primeiramente na internet em 2015, e posteriormente editado em meio físico pela editora Lote 42. O projeto gráfico é do designer Daniel Justi, com ilustrações da colombiana Camila Barreira.
Abaixo, uma rápida entrevista com Daniel Justi sobre o processo de criação da capa do livro.
Como você se tornou designer editorial?
Foi uma sequência de acasos. Minha primeira faculdade foi de Matemática. Na sequência já engatei outra faculdade, de Design Gráfico, que era o que eu realmente queria. Por mais estranho que pareça, a matemática foi fundamental na minha formação como designer. No curso de Design, imaginava que seria ilustrador, mas acabei arranjando um estágio em editora, onde entrei em contato, na prática, com livros e tipografia. Me apaixonei e já se passaram mais de 10 anos.
O que você acredita que faz de uma capa de livro uma boa capa de livro?
Acredito que é a capa que traz algo a mais, que é inventiva, que cria questionamentos. O conteúdo é rei e é sempre dele que tudo deve partir, mas muitas vezes as capas acabam sendo – e esse é um termo e uma prática que abomino – uma tradução visual do livro. Enfim, acho que uma boa capa é aquela que o designer se posiciona ativamente perante o conteúdo.
Indo um pouco além, não me considero tanto um capista. Costumo trabalhar projetando livros por completo e acredito que o grande poder está no miolo, na experiência de leitura. Por esse viés, acredito que a boa capa é aquela que é uma extensão do miolo e ainda traz os itens que citei no início da resposta.
Como foi o processo criativo para esta capa? Houve um direcionamento específico que levou ao resultado final?
Assim que aceitei o convite da Lote42, eles me colocaram por dentro do texto e marcamos uma reunião, junto com o autor, para discutir ideias, tanto para capa como para o miolo. Não havia um briefing; apenas indícios sobre a narrativa como, por exemplo, que ela se passa numa época com ares vitorianos. Levei alguns estudos tipográficos e uma edição lindíssima que tenho, de 1931, do Time Machine (Randon House) que foi projetada pelo mestre W. A. Dwiggins, que serviram para definir a direção que o projeto tomaria.
Como foi o processo criativo para esta capa? Houve um direcionamento específico que levou ao resultado final?
Assim que aceitei o convite da Lote42, eles me colocaram por dentro do texto e marcamos uma reunião, junto com o autor, para discutir ideias, tanto para capa como para o miolo. Não havia um briefing; apenas indícios sobre a narrativa como, por exemplo, que ela se passa numa época com ares vitorianos. Levei alguns estudos tipográficos e uma edição lindíssima que tenho, de 1931, do Time Machine (Randon House) que foi projetada pelo mestre W. A. Dwiggins, que serviram para definir a direção que o projeto tomaria.
Enquanto o projeto do miolo andava, já fomos discutindo nomes para ilustrar a capa e as aberturas de parte. Até que a Cecilia, uma das editoras, apresentou o trabalho da Camila Barrera, que é uma ilustradora colombiana com um trabalho maravilhoso. Todos concordaram de imediato.
Havia alguma limitação, dificuldade ou desafio específico colocado no briefing? Como fez para superá-lo?
A capa em si não foi muito difícil de resolver, pois foi consenso alguns elementos que precisavam aparecer e o tom tipográfico já estava resolvido no miolo.
O grande desafio mesmo foi a necessidade de incluir um mapa de Amberlin, que é o local onde a história se passa. Como precisávamos de espaço para tanta informação, sugeri essa capa estendida, que dá a volta no livro e usamos o verso para estampar o mapa.
Houve alguma etapa de preparação antes de começar a criar?
Houve esse tempo antes da reunião, onde pesquisei sobre o período vitoriano. Por ser muito fã do Dwiggins, tenho bastante material sobre ele, o que me ajudou bastante, pois ele operou bastante nesse tipo de produção. Escolher opções de fontes que tivessem relação com esse período, mas que fossem contemporâneas, também foi bastante importante.
O que você acredita que faz essa capa funcionar, que faz ser o que é?
Acredito que foi o trabalho em grupo que garantiu o funcionamento do livro como um todo, onde cada um teve seu papel. O autor deu dicas valiosíssimas sobre o conteúdo, a ilustradora acertou em cheio a atmosfera do texto, eu tentando coordenar texto e imagem e os editores fazendo um ótimo meio de campo entre todo mundo.
Daniel Justi é designer gráfico e type designer. Trabalha com livros há mais de 10 anos. Já teve o trabalho reconhecido pelo Prêmio Jabuti, Tipos Latinos, Bienal ADG e Prêmio Miolo(s). (www.danieljusti.com)
O grande desafio mesmo foi a necessidade de incluir um mapa de Amberlin, que é o local onde a história se passa. Como precisávamos de espaço para tanta informação, sugeri essa capa estendida, que dá a volta no livro e usamos o verso para estampar o mapa.
Houve alguma etapa de preparação antes de começar a criar?
Houve esse tempo antes da reunião, onde pesquisei sobre o período vitoriano. Por ser muito fã do Dwiggins, tenho bastante material sobre ele, o que me ajudou bastante, pois ele operou bastante nesse tipo de produção. Escolher opções de fontes que tivessem relação com esse período, mas que fossem contemporâneas, também foi bastante importante.
O que você acredita que faz essa capa funcionar, que faz ser o que é?
Acredito que foi o trabalho em grupo que garantiu o funcionamento do livro como um todo, onde cada um teve seu papel. O autor deu dicas valiosíssimas sobre o conteúdo, a ilustradora acertou em cheio a atmosfera do texto, eu tentando coordenar texto e imagem e os editores fazendo um ótimo meio de campo entre todo mundo.
Daniel Justi é designer gráfico e type designer. Trabalha com livros há mais de 10 anos. Já teve o trabalho reconhecido pelo Prêmio Jabuti, Tipos Latinos, Bienal ADG e Prêmio Miolo(s). (www.danieljusti.com)
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