quinta-feira, 3 de março de 2016

Um livro de crítica




Ao longo do século XIX, São Luís do Maranhão vivia sua Era de Ouro, se autointitulando a "Atenas brasileira", devido ao grande numero de escritores locais que exerceram papel de destaque nas letras brasileiras, como Gonçalves Dias e Artur de Azevedo. Esse titulo foi e é repetido e reproduzido até hoje para dar ares de intelectualidade que contrastem com quase 1/4 de população analfabeta. Aidna em 1878, um membro preterido do Maranhão decidiu rechaçar a idéia de Atenas brasileira e o pessoalismo que reinava no campo literária de então e, tendo como alvo o livro Pantheon Maranhense, publicou seu Um lívro de crítica.



Mais de 130 anos depois, por meio do escritor maranhense Bruno Azevêdo e da editora Pitomba livros, o livro, uma jóia rara da historiografia literária brasileira, está sendo reeditado.



Com uma fortuna critica que inclui, além do texto integral, ensaios de Ricardo Leão (autor do livro Os atenienses e a invenção do cânone nacional) e Henrique Borralho, (autor de Uma Athenas Equinocial: a literatura e a fundação de um Maranhão no império brasileiro), que analisam a obra de Correa no séc. XIX e seus usos e encobrimentos no séc. XX.



O historiador Bruno Azevêdo, editor da obra, pesquisou a fortuna crítica do livro e a biografia de Correa, com artigos e resenhas de Um livro de crítica, ainda em 1878, até os obituários do autor. O volume, composto em tipografia inspirada na dos anos 1800, traz ainda um glossário montado como um Almanak de época. A capa é do designer Waldeilson Paixão, a partir dos impressos da Tipografia do Frias, de José Maria Correia de Frias, o mais importante tipógrafo do Maranhão no século XIX, que rodou a edição original. A preparação de texto é de Sebastião Moreira Duarte.

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