O Publishnews divulgou recentemente o resultado do prêmio da Getty Images, dado à melhor capa utilizando uma foto de banco de imagens de seu acervo. A capa vencedora foi a de Os Espiões, livro novo do Luis Fernando Veríssimo, feita por Rodrigo Rodrigues de Azevedo (que segue abaixo).
O que me dá o mote para comentar: o padrão de capas da Alfaguara é o tipo de padronização que consegue ao mesmo tempo deixar liberdade pra que cada livro ganhe uma cara distinta, e ao mesmo tempo mantém uma unidade visual. Ok, a princípio isso não é dizer muito, mas não se trata de um padrão de uma coleção com um tema específico, e sim de um selo editorial, então as referências que se têm são a Martin Claret, com suas capas rosas e violetas que dão vergonha de segurar o livro, e os pockets da L&PM, que possuía um padrão bem clean e um pouco esquisito (com uma fonte que parecia saída do WordArt), mas que de uns anos para cá parece ter desistido de padronizações.
Quando saiu a primeira leva de livros (a primeira que vi, creio, foi a de Guerra dos Mundos, de H. G. Wells), confesso que algo me incomodou de início, talvez implicância com a fonte, mas fiquei curioso em ver como seriam as capas seguintes. E no final das contas, são capas que se destacam muito no mar de opções de uma prateleira de livraria, em especial pelo destaque que o nome do autor ganha e o espaço maleável para se trabalhar uma imagem.
Abaixo, mais alguns exemplos de capas da Alfaguara particularmente interessantes.
A de Meridiano Sangrento é provavelmente uma das minhas capas favoritas em geral, um bom exemplo de que, quando se tem uma boa foto em mãos, só o que o designer precisa fazer é recuar e deixar a imagem falar sozinha.
3 comentários:
Fui na entrega da premiação.
Uma pena que foi mal organizada.
O cronograma era de 1 hora de coquetel/exposição das capas, 1 hora de uma palestra sobre capas por ninguém menos que Victor Burton e depois a premiação.
O resultado: fizeram Burton cortar sua apresentação (que estava ótima) para 20 minutos!!! Foi constrangedor para todos, inclusive para ele, que pulou partes interessantes como tipografia (ia falar da futura e da bodoni) entre outras coisas.
Uma pena.
Mas como não é sempre que temos uma premiação que lembre dos capistas, fica algum crédito à Getty.
Abraços!
Gosto muito do seu blog. Às vezes gostaria que vc comentasse mais sobre o design da capa, acho sempre muito interessante seu ponto de vista.
Adoro as capas da Alfaguara, principalmente o conteúdo e os autores escolhidos para fazer parte da "coleção". Não posso julgar muito bem, mas a minha preferida ainda é a capa de Elogio da Madrasta...
Ah, dei uma olhada no site da Não Editora e achei bem legal. Sou do Rio e trabalho em produção editorial (estou de mudança de emprego por esses dias).
Sucesso pra vcs!
Também já tinha reparado que estas capas são muito boas. Só corrige o Meridiano, que é de sangue, e não sangrento... Tenho essa edição e o livro é sensacional.
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